sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

"Perdidas na tradução", estrangeiras ignoram mudança de trajeto da São Silvestre

As entrevistas dos atletas quenianos na São Silvestre não costumam ser lá muito eloquentes, mas a coletiva da última quinta-feira se superou, especialmente na presença das estrangeiras. Depois de muita dificuldade para compreender os questionamentos dos jornalistas brasileiros, as corredoras admitiram que nem sequer tinham reparado na mudança do trajeto da corrida.

A comunicação mais eficiente foi a da italiana Nadia Ejjafini, que agradeceu pela oportunidade de correr a São Silvestre, mas desconhecia a alteração no trajeto da prova. “Os favoritos continuarão sendo favoritos”, disse ela.
Questionadas sobre a mudança, que transferiu o local da chegada da Avenida Paulista para o Parque do Ibirapuera, as quenianas Eunice Kirwa, Jeptoo Priscah e Wude Ayalew deram de ombros. Nem sabiam que a subida da Brigadeiro viraria descida, e pareciam não se importar.
Na verdade, a presidente da Federação Paulista de Atletismo, Esmeralda de Jesus, teve muita dificuldade para fazê-las entender as perguntas sobre as mudanças no trajeto. Depois de uma pequena conferência multilíngue na mesa central da coletiva, a tradutora chegou a uma conclusão.
“É, elas estão dizendo que não faz diferença nenhuma subir ou descer na chegada”, anunciou Esmeralda, com um tom de voz algo incrédulo.
Mas, no canto da mesa, a marroquina Samira Raif dava uma opinião diferente e otimista sobre as alterações no percurso: “Está bem melhor do que no ano passado, porque está mais rápido”, disse ela.
Samira é a atual campeã e recordista da Maratona de São Paulo, e deverá ser uma das principais adversárias do clã brasileiro na São Silvestre, que conta com a campeã de 2001, Maria Zeferina Baldaia, além da medalhista de prata nos 5.000 m e 10.000 m no Pan de Guadalajara, Cruz Nonata.

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